Adoção por Casais Homoafetivos no Brasil: tem manual?
- Raiane Natália
- 12 de ago.
- 2 min de leitura

Hoje em dia, ainda que estejamos num momento de aceitação muito mais aflorada que antigamente, ainda é comum (e nada surpreendente) que saibamos sobre o preconceito que cerca os casais homoafetivos. Principalmente, quando falamos de adoção.
É, basicamente, como se as pessoas vivessem lendo um manual padrão inventado, cheio de regras distópicas do início ao fim, completamente distantes da realidade, mas o seguissem religiosa, fiel e ferozmente, como se a vida de todos dependesse unicamente dessa doutrina que eles mesmos determinaram que era única e a mais especial a ser seguida.
Manual que tem, na capa, o título “Família Tradicional Brasileira”.
Claro, que quando se tem algo determinado como ideal, ao primeiro sinal de “desobediência”, as pessoas vão, como julgamento, falar. Agora, veja:
Nos últimos anos, o número de crianças adotadas por casais LGBTQIAPN+ só tem aumentado. Isso não é por acaso. Na verdade, faz parte de um ato completamente admirável.
Quando o amor cresce, é preciso expressá-lo. A adoção, neste caso, é onde esse amor se desenvolve. Seja ela sendo por duas mães ou dois pais, tudo trata-se de disposição e cuidado.
É preciso entender, a partir de um olhar sensível e livre de preconceitos, que essas famílias são, também, famílias muito bem planejadas, com pais ou mães preparadas para serem pais e para serem mães e cumprir o principal objetivo na criação de um filho: a educação, o amor e a responsabilidade. São, essas pessoas, pacientes desde o início, determinadas a oferecer um lar para uma criança que sonha com um.

Entre 2019 e 2023, foi divulgado pelo IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), que 1.535 crianças e adolescentes foram adotadas por casais homoafetivos no Brasil.
Em 2024, as adoções passaram do número de 450. Neste ano, até julho, 178 crianças e adolescentes foram adotadas. Ou seja: cada vez mais lares estão sendo formados por quem decidiu que o amor é maior do que qualquer julgamento.
Essa construção, além de ser linda, mostra que parte desse processo prevalece a partir da resistência e, claro, da quebra de padrão.
Não tem manual fictício que que mude um fato real. O amor que existe dentro da casa de cada família, é incomparável a qualquer outro.
Não vale a pena medir o que é certo ou errado, principalmente se o assunto trata de uma realidade que não é você quem vive, muito menos quem determina a regra. Neste caso, a regra do jogo é muito clara: a liberdade precisa ser consciente e seu preconceito não deve existir interferindo o direito do outro. Trabalhe, então, para que ele não exista.
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